segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

As "Bem-Aventuranças" dos idosos

Felizes os que respeitam as minhas mãos enrugadas e os meus pés deformados.

Felizes os que falam comigo, apesar dos meus ouvidos já não entenderem bem as suas palavras.

Felizes os que compreendem que os meus olhos começam a não ver e as minhas ideias a ficar baralhadas.

Felizes os que com um sorriso perdem tempo a conversar comigo.

Felizes os que nunca me dizem: "É já a terceira vez que me conta essa história".

Felizes os que me ajudam a lembrar coisas de antigamente.

Felizes os que me dizem que gostam de mim e que ainda presto para alguma coisa.

Felizes aqueles que me ajudam a viver os últimos dias da minha vida.

Revista "Magnificat", Janeiro 1991

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